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A palavra Renovatio significa renovação em latim, mas pra nós o sentido dessa palavra vai muito além de seu significado literal. Renovatio virou sinônimo de projeto autoral, de vinho brasileiro ícone, da força da mulher no trabalho, da concretização de um sonho compartilhado e, por fim, de um marco na história da Vinhos de Bicicleta. Há 8 anos nascia este clube de vinhos artesanais, com o intuito de fugir do lugar comum e trazer a você uma experiência que extrapolasse a simples degustação de um vinho. Sabíamos que a gente havia criado algo especial, com essência verdadeira, mas não tínhamos ideia do que tudo isso se tornaria um dia.
O ponta pé inicial deste projeto foi a vontade de jovem adulto, de 25 anos, que se encantou pela vitivinicultura e quis compartilhar essa vivência com outras pessoas. Afinal, o vinho é poesia engarrafada, um amigo para as horas difíceis, um camarada para os momentos de alegria e, caso dosado na medida certa, um fiel companheiro para toda uma vida. Aquilo que era apenas um desejo no ano de 2012, tornou-se uma empresa que gera empregos, uma plataforma de educação, um espaço para entretenimento e um dos maiores centros de propagação da cultura do vinho em nosso país.
Para celebrar a concretização desse sonho e propor um olhar otimista para o futuro, encomendamos com a talentosa enóloga brasileira Janaína Massarotto um corte premium que expressasse esse momento da marca. A partir de sua sensibilidade e conhecimento, ganhou vida um corte formado por diferentes terroirs do Rio Grande do Sul. Os elementos combinados foram 40% de Merlot safra 2019 (8 meses em barricas de carvalho francês) da Campanha Gaúcha, 30% de Merlot safra 2018 (12 meses em barricas de carvalho americano) de Campos de Cima da Serra, 20% de Cabernet Franc safra 2019 da Serra do Sudeste e 10% de Ancellotta safra 2019 da Serra Gaúcha.
Para vestir essa distinta criação enológica, convidamos o designer paulista Fernando Fregate, que desenvolveu um rótulo inspirado nas fases da lua e todas as constantes renovações que ela representa para nós. Um brinde ao nosso legado e a você, que é parte fundamental dessa história.
by Sommelier Rodrigo Ferraz | Direitos Reservados
VENA VITAE, as veias da vida
Quanto mais mergulho nos ensinamentos do vinho, mais o encaro como uma cultura e não uma simples bebida. Um líquido vivo, capaz de trazer aromas e sabores da natureza e do tempo, para reunir pessoas queridas em torno de uma mesa, ser calor em noites frias à dois ou simplesmente servir de companheiro solitário em momentos de introspecção. Para cada ocasião, um personagem diferente, único. Ora, se conseguimos atribuir personalidade ao vinho, então ele pode representar o feitio de uma pessoa, o esboço de um caráter, a lembrança benquista de alguém que já se foi. Por que não!? Se existe vida em nossas taças.
Veja o caso do Bosque da Princesa Chardonnay, deliciosamente aromático, espantosamente descomplicado, acolhedor e gastronômico, para acompanhar tudo aquilo que você quiser comer. O vinho parece quase implorar por uma mesa farta de domingo em família. Isso me lembra muito a avó Adelina, que ficava horas no fogão, para receber a família com o almoço mais completo e bonito que se pode imaginar. Eu sempre corria pra cozinha, atraído pelo cheiro gostoso que vinha de lá, pra ver a vó finalizando suas delícias. De quebra, ainda conseguia pegar alguma coisa direto da panela, que ela própria oferecia. Era praticamente uma avant-première do que estava por vir, exclusivo para netos. Depois era só limpar os dedos e os beiços com os panos de prato, coloridos pelas flores que ela mesma pintava.
O marido da vó Adelina era o vô Irineu, que nos fins de semana adorava colocar os netos todos em seu Monza azul e dirigir até a chácara para passar o dia. O caminho até lá era divertido, porque ia todo mundo cantando os sucessos da fita cassete do Raça Negra. Quando a gente passava o pórtico do sítio, começava sempre o mesmo ritual: o vô pegava as varas de bambu para pescar as tilápias do laguinho, enquanto os netos iam pro campinho ou pra piscina, era sagrado. Quando todo mundo já estava com um pouco de fome, entrava em ação o apetitoso petisco preparado pelo vô: queijo cortado em cubinhos com orégano e salaminho fatiado com limão espremido por cima. Sabe o que ficaria incrível pra harmonizar com isso tudo? O Portal das Orquídeas Sangiovese, um camarada informal, leve, sem frescura e boa gente. O vô Irineu teria adorado conhecer esse vinho, afinal, era bem assim como ele.
Na família tem também a figura inesquecível do vô Sodero, médico e fazendeiro raiz, que amava por igual os dois ofícios, as pessoas e os animais. Quando eu vim para esse mundo, ele estava na sala de parto, e, quando ele se foi, eu tive o privilégio de ser o último neto a conversar com ele. Casualidades da vida. Hoje, um pouco mais maduro, me espanta a existência de alguém como o vô Sodero, capaz de ensinar tanto, sobre tantas coisas. Entre elas, saber dar valor às origens e ao poder da dignidade, respeitar a natureza e desfrutar daquilo que ela nos traz, além do mais importante, que ele sempre gostava de repetir no almoço de Natal: “a família unida é a maior riqueza que um homem pode ter”. Um ser humano assim é pura complexidade, com inúmeras facetas igualmente importantes, onde a terra batida é tão marcante quanto a fruta mais limpa e brilhante posta à mesa. Só mesmo a Nebbiolo para chegar perto disso, só mesmo do Lageado para representar o vô Sodero.
“A essência da alma transcende a medida do tempo, percorrendo o infinito com a fluidez de uma pena ao vento. Sorte daqueles que conviveram com os bons, pois os carregarão dentro de si por toda sua existência. Essa é a veia da vida.”
by Sommelier Rodrigo Ferraz | Direitos Reservados
VENA VITAE, as veias da vida
Quanto mais mergulho nos ensinamentos do vinho, mais o encaro como uma cultura e não uma simples bebida. Um líquido vivo, capaz de trazer aromas e sabores da natureza e do tempo, para reunir pessoas queridas em torno de uma mesa, ser calor em noites frias à dois ou simplesmente servir de companheiro solitário em momentos de introspecção. Para cada ocasião, um personagem diferente, único. Ora, se conseguimos atribuir personalidade ao vinho, então ele pode representar o feitio de uma pessoa, o esboço de um caráter, a lembrança benquista de alguém que já se foi. Por que não!? Se existe vida em nossas taças.
Veja o caso do Bosque da Princesa Chardonnay, deliciosamente aromático, espantosamente descomplicado, acolhedor e gastronômico, para acompanhar tudo aquilo que você quiser comer. O vinho parece quase implorar por uma mesa farta de domingo em família. Isso me lembra muito a avó Adelina, que ficava horas no fogão, para receber a família com o almoço mais completo e bonito que se pode imaginar. Eu sempre corria pra cozinha, atraído pelo cheiro gostoso que vinha de lá, pra ver a vó finalizando suas delícias. De quebra, ainda conseguia pegar alguma coisa direto da panela, que ela própria oferecia. Era praticamente uma avant-première do que estava por vir, exclusivo para netos. Depois era só limpar os dedos e os beiços com os panos de prato, coloridos pelas flores que ela mesma pintava.
O marido da vó Adelina era o vô Irineu, que nos fins de semana adorava colocar os netos todos em seu Monza azul e dirigir até a chácara para passar o dia. O caminho até lá era divertido, porque ia todo mundo cantando os sucessos da fita cassete do Raça Negra. Quando a gente passava o pórtico do sítio, começava sempre o mesmo ritual: o vô pegava as varas de bambu para pescar as tilápias do laguinho, enquanto os netos iam pro campinho ou pra piscina, era sagrado. Quando todo mundo já estava com um pouco de fome, entrava em ação o apetitoso petisco preparado pelo vô: queijo cortado em cubinhos com orégano e salaminho fatiado com limão espremido por cima. Sabe o que ficaria incrível pra harmonizar com isso tudo? O Portal das Orquídeas Sangiovese, um camarada informal, leve, sem frescura e boa gente. O vô Irineu teria adorado conhecer esse vinho, afinal, era bem assim como ele.
Na família tem também a figura inesquecível do vô Sodero, médico e fazendeiro raiz, que amava por igual os dois ofícios, as pessoas e os animais. Quando eu vim para esse mundo, ele estava na sala de parto, e, quando ele se foi, eu tive o privilégio de ser o último neto a conversar com ele. Casualidades da vida. Hoje, um pouco mais maduro, me espanta a existência de alguém como o vô Sodero, capaz de ensinar tanto, sobre tantas coisas. Entre elas, saber dar valor às origens e ao poder da dignidade, respeitar a natureza e desfrutar daquilo que ela nos traz, além do mais importante, que ele sempre gostava de repetir no almoço de Natal: “a família unida é a maior riqueza que um homem pode ter”. Um ser humano assim é pura complexidade, com inúmeras facetas igualmente importantes, onde a terra batida é tão marcante quanto a fruta mais limpa e brilhante posta à mesa. Só mesmo a Nebbiolo para chegar perto disso, só mesmo do Lageado para representar o vô Sodero.
“A essência da alma transcende a medida do tempo, percorrendo o infinito com a fluidez de uma pena ao vento. Sorte daqueles que conviveram com os bons, pois os carregarão dentro de si por toda sua existência. Essa é a veia da vida.”
by Sommelier Rodrigo Ferraz | Direitos Reservados